domingo, 8 de novembro de 2009

Oh, céus, o que a Riofilme fez de errado neste mundo para apanhar tanto? (III)

Ninguém entendeu nada até agora?

Tá, vamos explicar melhor:

From: Luiz Fernando TarantoSent: segunda-feira, 2 de novembro de 2009 10:41
Subject: CNCdialogo Resumo 1919
Impedir ação corsária na Riofilme
A LICITAÇÃO ESTÁ MARCADA PARA O DIA 11 DE NOVEMBRO. TEMOS QUE AGIR RÁPIDO.

Juntam-se os governos federal, estadual e municipal para fazer investimento no audio-visual. Formam um fundo de 30 milhões de reais, dinheiro para ninguém colocar defeito. Existe uma empresa, a Riofilme que pode estabelecer formas gerenciais em parceria com instituições financeiras , várias, para produzir filmes e fazer o bolo crescer. Ao invés de organizar uma forma de gerenciamento dos projetos à semelhança do BNDES ou da ANCINE resolvem licitar uma corretora de valores e ao invés de receber pelo dinheiro investido, PAGAM.
Único na hisitória, a corretora não tem com o que se preocupar: bom investimento ou mal investimento, faça chuva, faça sol, ELA SE REMUNERA. E mais: a cláusula que estabelece valores ("Será de até 3,5% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo, podendo ser estabelecido um valor anual mínimo.") estabelece um valor mínimo que não é definido no momento da licitação mais a bel prazer dependendo de quem será o vencedor.Tá tudo errado. Isto está mais parecido com um cartório do que um fundo de gestão que corre todos os riscos da captação no mercado e aí é justo que se remunere. Em nosso caso são recursos que já existem, a corretora não terá risco algum de captação e o que vier a mais aerá muito bem vindo e o que vier a menos o Estado cobre. Assim eu também quero ser capitalista.

Abaixo vai o ponto X do nó no edital da licitação:

11 - FORMAS DE REMUNERAÇÃO

11.1 A vencedora deste Concurso contará com a seguinte forma de remuneração:

11.1.1 Taxa de Administração
Será de até 3,5% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo, podendo ser estabelecido um valor anual mínimo.

A licitação correta que atende nossos interesses é exatamente o oposto do que está sendo feita:. Deve ser uma licitação na qual a empresa vencedora seja a que ofereça maior garantia de solidez, melhor projeto de investimento em filmes e assegure a maior rentabilidade. Quem tem que receber garantias somos nós (os donos do dinheiro), não eles, mero aplicadores. O lucro, aí sim será revertido para projetos de formação de profissionais e público e filmes culturais.
Não devemos esquecer a vocação sócio-cultural da Riofilme, empresa criada quando o govêrno Collor destruiu a Embrafilme e no vácuo, vereadores como Mauricio Azedo, Francisco Milani e Ruça, aliados ao prefeito Marcello Allencar, criaram a Riofilme.

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E agora? O que fazer contra mais esta picaretagem contra o cinema brasileiro, cometida quase na encolha?

Protesto não adianta.

Mobilizar as entidades ligadas ao cinema - especialmente as mais interessadas, tipo ABD Nacional, ABRACI etc. - também não: elas estão com a ilusão tão forte de estar "assim com os home" (isto é, íntimas do poder) que não farão nada para contestá-lo.

Resta o Ministério Público. Quem se habilita a entrar com pedido de investigação?

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